O Diagrama de Ishikawa, mais conhecido como o Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama de Causa e Efeito, é uma ferramenta de gestão em formato gráfico muito usada para garantir a qualidade dos processos internos de uma organização.
O seu objetivo é, de forma prática, ajudar na identificação das reais causas de problemas que atrapalham processos, e que tem como resultado situações indesejadas na sua empresa.
Mas como assim?
Vamos supor que o seu escritório esteja sofrendo com o desperdício no canteiro de obras: os números são altíssimos, o que compromete a sua rentabilidade. O Diagrama de Ishikawa irá te ajudar a chegar na raiz do problema: será que estamos fazendo estimativas erradas para as quantidades de material? Será que os processos de execução estão impróprios?
A premissa básica do diagrama é de que, ao eliminar a causa-raiz do problema, você consequentemente elimina o problema. Dessa forma, o método sugere o teste e análise de cada uma das hipóteses levantadas.
Benefícios de utilizar o diagrama
Quando bem utilizado, o Diagrama de Ishikawa pode trazer muitos benefícios para empresa, podendo até ser usado em conjunto com outras metodologias. Por ser uma ferramenta visual, fica mais fácil não só identificar as possíveis causas para um problema, mas também hierarquiza-las. Tudo isso viabiliza um aperfeiçoamento dos processos da empresa!
É claro que, como toda ferramenta, ele possui algumas limitações e requisitos para que tenha o resultado esperado. O método por si só não identifica a gravidade das causas dos problemas por exemplo, e é necessário que seja desenvolvido por profissionais organizados e capazes de liderar o desdobramento dos resultados obtidos.
Quando falamos de arquitetura especificamente, sabemos que um planejamento completo é fundamental para garantir o sucesso da execução da obra, e o Diagrama de Ishikawa também pode te ajudar no planejamento da execução de cada uma das tarefas de maneira mais precisa e eficiente. Assim, você pode usar o diagrama em duas etapas: primeiro para evitar possíveis problemas que atrasem o processo de obra, e segundo para avaliar um imprevisto após o ocorrido.
Agora que tal colocar a mão na massa?
Construindo um diagrama de ishikawa
Para te ajudar a começar o seu diagrama, você deve primeiro desenhar a estrutura. Para tanto, pense numa espinha de peixe: trace uma reta horizontal, e em seguida faça setas diagonais no sentido vertical, apoiadas no corpo da reta principal. Você vai precisar de 6 retas diagonais (3 em cima, e 3 em baixo) – já te explico o porque!
Agora que você já construiu o seu diagrama, é preciso definir as categorias que você irá avaliar no seu diagrama. Isso pode variar de acordo com o ramo de atividade, mas pensando em você, profissional da arquitetura, recomendamos seguir a Lógica do 6M:
Método: qual a forma que será feita a atividade planejada?
Máquina: quais os equipamentos necessários para a execução da atividade planejada?
Medida: quais as métricas utilizadas para medir o trabalho?
Meio ambiente: qual o local onde será executada a atividade?
Material: quais os materiais necessários para a execução da atividade?
Mão de obra: quais os profissionais envolvidos na execução da atividade?
Perceba que dessa forma, temos uma espécie de checklist para planejar e executar todas as atividades previstas no canteiro de obra. Como você deve ter percebido, essa não é a forma usual de utilizar o diagrama, mas é uma forma de antecipar possíveis imprevistos no canteiro de obras.
Imagem de um modelo do Diagrama de Ishikawa produzido pelo VEJA OBRA
Não ficou muito claro? Vamos a um exemplo:
Suponha que você planejou a pintura geométrica da suíte master, então o seu planejamento seria:
Método: pintura geométrica da parede principal do cômodo feita com rolo
Meio ambiente: suíte master
Mão de obra: pintor
Material: tintas rosa, verde e cinza; fita crepe para fazer os desenhos na parede.
Máquina: escada, rolos de tinta, pincel, papelão para forrar o piso
Medida: 3 horas para a execução do serviço
Da mesma forma, você pode utilizar a lógica do 6M para avaliar um imprevisto em obra, identificando sua causa e eliminando o problema em execuções futuras. Suponha que, na mesma pintura geométrica do quarto, tenha sido necessário a compra de 1 lata de tinta a mais do que o planejado:
Método: pintura a rolo
Meio ambiente: as paredes do quarto estavam úmidas por conta de um vazamento
Mão de obra: não avaliou o local como deveria
Material: as tintas eram as escolhidas pelo cliente
Máquina: rolo de espuma de poliéster
Medida: trabalho levou 5 horas para ser executado
Perceba que, nesse exemplo foi possível identificar que foi necessário comprar mais uma lata de tinta por que as condições do meio ambiente não estavam adequadas: a parede úmida comprometeu a qualidade do serviço, e por isso foi necessário comprar mais uma lata de tinta. Esse imprevisto resultou em custos extras com material e também com mão de obra.
Conclusão
Um dos erros mais comuns das empresas é não investigar a fundo as causas para pequenos problemas e falhas nos processos. São eles os responsáveis por atrasos na rotina, o que resulta em desperdícios que custam caro para a empresa.
O uso dessa metodologia prática de gestão, torna possível não só a identificação e solução de gargalos na empresa, mas também ajuda no constante aprimoramento dos processos de execução das atividades pois eleva o nível de compreensão da equipe acerca dos mesmos.
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